segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tic, tac...

Tenho escutado por aí – e confesso que também já me peguei falando o mesmo – que estamos sofrendo nos dias de hoje de falta de tempo. Falta tempo para esportes, hobbies, livros, amigos ou mesmo para ficar à toa em casa. Mas o que foi que aconteceu? O que fizeram com o tempo? Nada. O tempo é o mesmo de sempre, apesar de estar provado que, de acordo com a situação, temos a sensação dele passar mais rápido ou mais devagar. Não estamos sofrendo de falta de tempo, mas de facilidade de fazer as coisas. Na era da comunicação, é fácil falar com quem queremos: em segundos mandamos uma mensagem por e-mail, ou alcançamos uma pessoa no celular, onde quer que ela esteja. Então, na verdade, sobra tempo pra fazer o resto! Assim, queremos abraçar o mundo inteiro e fazer tudo. A sensação de falta de tempo é na verdade uma falta de organização e definição de prioridades. O que você quer: Fazer academia? Está fácil; escolha alguns dias da sua semana, escolha uma academia perto de sua casa, e comece. Quer fazer um curso de idiomas? Mesma coisa...Quer namorar? Tire os finais de semana pra fazer isso – apenas isso. Agora, se você sente saudade de não ver o tempo passar, tire horas do seu dia, ou dias do seu final de semana, para não fazer nada. O tempo passa devagar quando fazemos aquilo que gostamos ou se estamos simplesmente contemplando o dia. Mas reclamar de que os dias de hoje estão difíceis, que não temos tempo para nada, é mentira. Os dias de hoje estão fáceis, fáceis demais. Escolha o que é importante para você e você verá a mágica do tempo passar na velocidade certa.

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Odeio os ponteiro que correm se estamos perto

Odeio os ponteiro que param se estamos longe

As horas torturam quem ama

Correndo ou custando a passar

Se o tempo entendesse de amor

Devia parar

(Marino Pinto e Mário Rossi, “Se o Tempo Entendesse”, 1950)