domingo, 27 de dezembro de 2009

Evangelho

(Paulo César Pinheiro - Dori Caymmi)

Êta mundo que a nada se destina
Se maior se faz, mais se arruína
Se mais quer servir, mais nos domina
Se mais vidas dá, são mais os danos
Se mais deuses há, mais são profanos
Estes pobres de nós seres humanos

Êta vida, essa vida de infelizes
Quanto mais coração, mais cicatrizes
Do amor é que a dor cria raízes
De dentro do bem é que o mal trama
Da felicidade cresce o drama
Dessas tristes de nós vidas humanas

Êta tempo que em pouco nos devora
O pavio da vela apagará
Quanto mais se partir tempos afora
Mais nos tempos de agora se estará
E mais tarde quando o tempo melhora
A nossa mocidade onde andará?

Êta morte que acaba tempo e vida
O mundo não conseguiu saída
É o fim mas pode ser o começo
E quem tenta fugir faz sempre o avesso
Que quanto mais vidas se cultiva
Mais a morte alimenta a roda viva

Um comentário:

Anônimo disse...

ei zé, que letra mais intrigante ein?? Afe! dá até uma agonia interpretar! Manda mais coisas..Conta mais de tuas viagens; adoro!