A corrupção é um comportamento humano. Em um país bem estruturado – assim como acontece (ou deveria acontecer) em uma empresa privada – as instituições precisam ser sólidas o suficiente para desconfiar da idoneidade humana e praticar alguma forma de punição cada vez que seja identificado um desvio de comportamento; mais especificamente, uma atitude em prol do indivíduo, mas em detrimento da coletividade. No Brasil, vemos continuamente inúmeros exemplos destes desvios de comportamento, que pululam nos jornais de forma suspeita em vésperas de eleições. E passam impunes em plena luz do dia, sob o olhar distraído (ou indiferente) de milhões de brasileiros.
A punição deve ser implacável, mas deve-se ser indiferente às intenções do punido. Julgar o caráter do delinquente é uma mania inútil. Todos somos delinquentes em potencial e a negação deste fato só corrobora o sentimento de culpa – o "pecado inicial", do qual não nos veremos livres jamais – que assola o imaginário brasileiro. Quiçá quebrando este paradigma estaremos preparados para conviver de forma mais harmoniosa e verdadeira.
"O Brasil não existe" – constatou inteligentemente Artur Nestrovski, jornalista, músico, e atual diretor artístico da OSESP. O país exaltado nos lindos sambas de Ary Barroso é uma promessa não cumprida. Um adolescente sambando e sorrindo em imensa ignorância.
Que tal tentar cumprir esta promessa?
Um comentário:
Parabens! Pelo blog e pela matéria sobre corrupção. Iniciar um blog. É semelhante como criar um filho. Uma paixão, o qual vc alimenta e espera prosperar, crescer, ter vida própria. Um grande abraço...
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