sábado, 4 de setembro de 2010

Revirando o Baú (I)

Cinco Léguas



Andei,

andei sem rumo.

Caminhei —

caminhei entre um espaço

de cinco segundos,

cinco léguas,

cinco dias.



Meus passos suplicavam pela dianteira

e se adiantavam.

Virei à esquerda

(e continuei virando,

num espaço de cinco palmos)

E vi, então, o telefone

de vários ângulos,

de vários olhos.


Liguei.

O telefone berrou ao meu ouvido

contando-me que ninguém estava

(isso ele me contou

em um espaço de um quilômetro)


Sentei no chão,

e guardei em minha pasta arquivos:

documentos, boletos, pagamentos, depósitos, impostos...


Saí com meus pés.


Andei,

andei sem rumo.

O horizonte sussurrou aos meus olhos:

Um Sol lilás, um dia verde...


Um dia,

uma légua,

um passo,

um palmo,

um segundo...

(todos guardados em meu bolso)


***
Esses dias resolvi mexer em cadernos antigos e encontrei algumas coisas que achei bem legais. Este poema escrevi em abril de 1998, com 14 anos! Agoro me arrependo de ter simplesmente parado de escrever e desenhar com esta idade. Mas, como diz aquele provérbio, nunca é tarde pra recomeçar.

2 comentários:

Lara bacellar disse...

Zeeeeeezito vc tem q achar o poema da menina q não tinha o pe... Nasceu ela do ventre pobre de gente tão humilde que...

Anônimo disse...

zé, és um bebê. Veja a divina zélia gattai, que eu tanto aprecio,começou depois dos 50 anos(agora estou atrás de alguem que tenha começado aos 53, ehehe!!) Tens muito chão e horizonte pra dissertar. Tenho um poema teu guardado. Vou resgatar e te mostrar.