Cinco Léguas
Andei,
andei sem rumo.
Caminhei —
caminhei entre um espaço
de cinco segundos,
cinco léguas,
cinco dias.
Meus passos suplicavam pela dianteira
e se adiantavam.
Virei à esquerda
(e continuei virando,
num espaço de cinco palmos)
E vi, então, o telefone
de vários ângulos,
de vários olhos.
Liguei.
O telefone berrou ao meu ouvido
contando-me que ninguém estava
(isso ele me contou
em um espaço de um quilômetro)
Sentei no chão,
e guardei em minha pasta arquivos:
documentos, boletos, pagamentos, depósitos, impostos...
Saí com meus pés.
Andei,
andei sem rumo.
O horizonte sussurrou aos meus olhos:
Um Sol lilás, um dia verde...
Um dia,
uma légua,
um passo,
um palmo,
um segundo...
(todos guardados em meu bolso)
***
Esses dias resolvi mexer em cadernos antigos e encontrei algumas coisas que achei bem legais. Este poema escrevi em abril de 1998, com 14 anos! Agoro me arrependo de ter simplesmente parado de escrever e desenhar com esta idade. Mas, como diz aquele provérbio, nunca é tarde pra recomeçar.
2 comentários:
Zeeeeeezito vc tem q achar o poema da menina q não tinha o pe... Nasceu ela do ventre pobre de gente tão humilde que...
zé, és um bebê. Veja a divina zélia gattai, que eu tanto aprecio,começou depois dos 50 anos(agora estou atrás de alguem que tenha começado aos 53, ehehe!!) Tens muito chão e horizonte pra dissertar. Tenho um poema teu guardado. Vou resgatar e te mostrar.
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